Domingo

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Te olho deitada nos meus lençóis

confundindo suas pernas com as minhas

antes desconhecidas e agora íntimas

Fumo meu cigarro enquanto te vejo dormir

Calma, com a pele reluzindo aos reflexos da televisão que fala sozinha

Sua respiração serena não entrega o coração que acelera sempre diante do desconhecido

E não hesito em pensar em mais e mais domingos assim

De pernas que se confundem

Pupilas que se reconhecem

Carícias e abraços intermináveis

E cochilos intermitentes

Quem sabe um dia, assim

Você esqueça alguma coisa além dos seus brincos em casa

E volte pra buscar. E fique.

Photo by Ryan Kwok on Unsplash

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